A minha última sessão de cinema, assisti a um filme que, para quem abandonou a sala do Castello Lopes, com certeza que não ia indiferente àquilo que viu.
"O Fiel Jardineiro" é a recente película de Fernando Meirelles, realizador do tão afamado "Cidade de Deus", que deixou mais uma vez patente neste filme a sua tão característica visão sobre as dificuldades da vida: a fome, a doença, a pobreza, a denúncia da corrupção e dos temas sociais. Essas sim são dificuldades comparadas às nossas vidas facilitadas e cómodas.
O filme, que se desenrola maioritariamente no Quénia e Sudão, é recheado de cenas interessantíssimas de câmara (incessantemente) em movimento (muito característico de Meirelles) demonstrando as alegrias de vida dos africanos, alegrias estas no mais linear da vida. A simplicidade destas faz sentir fútil qualquer homem. O retrato fascinante que Meirelles retira a estes povos é de louvar.
As interpretações de Ralph Fiennes ("O Paciente Inglês", "A Lista de Shindler") e Rachel Weisz ("Constantine", "Runaway Jury"), estão avaliadas dentro do muito bom já que, na minha opinião, seria uma película mais interessante e que se mantinha muito mais na linha do realizador, se os actores tivessem sido escolhidos não consoante a mais-valia que a popularidade dos seus nomes trazem.
Um filme que possui uma urgência factual de uma rara actualidade muito para além dos estereótipos políticos dos telejornais, ao mesmo tempo que preserva uma delicada dimensão romântica.
3 pessoas comentaram:
Também vi o filme e de facto é um filme do outro mundo,por a maneira como está realizado,pelo enrredo,pelos actores...porque de facto é surpreende, pk é diferente e o ordinario passa sempre ao lado!!
Fikamos deslumbrados e pensamos é mesmo do outro mundo, mas n é?!!pois não?!!Quénia e Sudão?!Dificuldade,pobreza jogos de intresses?!
Lembraste dakela menina k o protagonista tenta levar para o avião e salvar quando há um ataque numa comunidade...?!São para mim as imagens mais emotivas do filme...
O bom e o mau é relativo, como tudo!!Ninguém gsta d ver o olhar triste e de solidão no rosto de outra pessoa...é por isso k fexamos tanto os olhos quando ele nos depara!Ter coragem para abrir os olhos, encarar e mudar n é facil, o ardor nos olhos é quase insuportavel!!
Quando vi o filme abri os olhos de facto, e arderam como tudo...doi depararmo-nos com uma ficção tão realista!!Quer nos queiramos ou não somos tds cumplice...e acredita k se olharmos bem á nossa volta não é necessário irmos a outro continente, ás vezes basta olhar para o lado, ás vezes basta olharmos pa dentro de nós mesmos para ver que a felicidade (ou lá o nome k lhe são..!)é UTOPIA se não nos tivermos uns aos outros..
OLHAR, SER E SENTIR O OUTRO!!!:-)
Tens sem dúvida toda a razão.. Como um amigo meu me disse, quando acabamos de ver este filme parece que um camião nos passou por cima.. A cena da criança do Quénia é de facto assustadoramente dolorosa, só mesmo pelo facto que ela própria percebe que não há esperança para si... Não tenho nem sequer palavras para dizer as hipocrisias que sinto à minha volta, à volta de todos nós... Por isso não me vou alongar... Acho que poderia ferir muitas susceptibilidades se revelasse o que realmente penso acerca da nossas "civilizações"... (ou não!)
Um filme bem "trágico" e arrasador. Contudo, acho que não é apenas uma realidade local, aplicável a um qualquer local 3º mundista, mas sim uma realidade gobal, aplicável em toda a nossa sociedade. Acho que o filme sobe certamente ao pódio, não só pela dureza e frieza como nos demonstra o quanto imperfeito e desigual é o nosso mundo, mas também pelo efeito que tem na nossa mente, fazendo-nos pensar que aquelas situações (devidamente adaptadas á sociedade onde vivemos) também existem, e isso, quer queiramos quer não, amedronta-nos de uma forma avassaladora.
Escusado será dizer que adorei o filme, né?! :)
beijo
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